Time experimentava uma fase difícil até a contratação do brasileiro
Se o terceiro lugar de Lucas Di Grassi no campeonato de pilotos da GP2 foi bastante comemorado pela equipe Barwa Campos Grand Prix, o fato de o time ter se sagrado campeão entre as escuderias em 2008 foi algo que, todos esperam, pode marcar uma nova fase na existência do time comandado pelo ex-piloto de F-1 Adrian Campos.
A equipe é a primeira organização espanhola a conquistar título em uma categoria de ponta do automobilismo internacional. E, de time intermediário, ganhou um inegável impulso para se impor entre os grandes times da GP2 depois da chegada do brasileiro Lucas Di Grassi, responsável pelos principais resultados e apontado como a mola propulsora do avanço técnico da Campos GP. Até a estréia de Lucas no time, a Campos amargava uma fase difícil e sem grandes perspectivas.
Lucas estreou apenas na 7ª etapa, realizada na França, quando a Campos Grand Prix ocupava apenas o 8º lugar, com 13 pontos. Estava muito distante dos times de ponta, liderados naquele momento pela iSport (campeã de 2007), que somava 35 pontos. O piloto brasileiro foi colocado na GP2 apenas para manter afiado seu ritmo de corrida e ingressou na Campos no lugar do britânico Ben Hanley, que não vinha se adaptando aos carros da categoria. A presença de Di Grassi teve reflexos imediatos, especialmente no acerto do carro da equipe, o que também beneficiou o russo Vitaly Petrov – que, inicialmente, deveria ser o piloto-líder do time. Mas Lucas rapidamente dominou a situação, impondo-se desde a primeira corrida como o nome em quem a Campos deveria apostar.
Após a última etapa de 2008, disputada neste domingo em Monza (Itália), a Campos Grand Prix conquistou seu primeiro título na GP2, totalizando 103 pontos (63 dos quais registrados por Lucas em apenas 14 das 20 provas disputadas, 39 assinalados por Petrov e 1 por Hanley).
“Como minha meta era me preparar para uma eventual oportunidade de competir na F-1, acho que o trabalho que fizemos na Campos foi um exercício muito bom”, comentou Lucas Di Grassi. “Foi uma parceria perfeita, e deixo a equipe com a sensação de que ela entrou em um caminho que pode levá-la a novas temporadas igualmente sensacionais como essa que tivemos juntos. É importante frisar que soubemos nos adaptar, que todos tivemos boa vontade de imediato para ouvir e trocar experiências. Este é um título conquistado por uma equipe que, se já não é grande, com certeza vai ser, por que as pessoas que estão lá são gigantes. Foi uma honra trabalhar com eles. Muito obrigado a todos, não vou esquecer o que fizemos juntos este ano”. A iSport International (defendida por Bruno Senna e o indiano Karum Chandhok) ficou em segundo, com 95 pontos.
Campeonato de pilotos
A temporada 2008 de Lucas Di Grassi na GP2 começou apenas na sétima etapa, realizada na França. Naquele momento, Giorgio Pantano (Racing Engineering) e Bruno Senna dividiam a liderança do torneio, com 24 pontos. O italiano terminou a temporada em primeiro com 76 pontos, contra 64 de Bruno. As respectivas médias de pontos por corrida foram 3,8 e 3,2. Lucas, nas 14 provas que disputou, teve média de 4,5 pontos. Nestas mesmas 14 provas, Pantano atingiu 3,7 pontos de média, contra 2,8 de Bruno Senna. O desempenho de Lucas valeu grande destaque nos bastidores da categoria: “Na minha opinião, Di Grassi é o piloto mais preparado do grid. E com os 3 eventos (não disputados, compostos por seis corridas, duas por fim de semana) ele teria vencido o campeonato com uma prova de antecipação... merece estar na Fórmula 1”, analisou o ex-piloto de F-1 Adrian Campos, chefe da equipe do brasileiro, em entrevista publicada no site oficial da categoria GP2series.
Foto: Motorsport.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário