O paranaense Augusto Farfus encerrou nesta quinta-feira os dois dias de testes pela equipe oficial da BMW em Valência (Espanha). Único brasileiro participando do WTCC – Campeonato Mundial de Carros de Turismo, Farfus disse que os resultados previstos foram alcançados. "A idéia era checar os dados do túnel de vento sobre o pacote aerodinâmico de 2009 e eles praticamente bateram. Ainda não estávamos com a configuração definitiva, mas o saldo foi muito bom”, contou o brasileiro, que dividiu a pista com os parceiros Jorg Müller, Andy Priaulx, Sérgio Hernandez e Alessandro Zanardi, além dos pilotos da Chevrolet, Nicola Larini e Alain Menu, que trabalharam com o novo modelo Cruze.
A temporada passada foi amplamente dominada pelo SEAT TDI, que levou os títulos de piloto com Yvan Muller e o de construtores. A FIA revisou a política de lastro e alterou o regulamento técnico para reequilibrar a categoria, mas a eficácia das medidas só deverá ser avaliada nos treinos oficiais em Curitiba, que voltará a abrir o calendário de 6 a 8 de março. "Ainda não andamos junto com os SEAT para fazer a comparação. Nosso carro praticamente não tem mudanças mecânicas. A rigor, o capô e os pára-choques são as novidades que se refletem na aerodinâmica”, continuou Farfus.
Sexto colocado em 2008, com vitórias em Pau (França) e Oschersleben (Alemanha), Farfus comemorou a melhoria das condições climáticas nos treinos, numa época em que a Europa vem sofrendo com o inverno mais rigoroso dos últimos anos. "Foi a primeira vez que conseguimos andar com pista seca em 2009. Em Portugal, tanto nos ensaios de Portimão quanto nos de Estoril, só encontramos chuva”, observou.
Farfus reside em Mônaco e deve passar ainda por Vallelunga (Itália) antes da viagem para a estréia na capital paranaense. Esse deverá ser o apronto final para o primeiro desafio do ano. A crise financeira global também já alcançou o WTCC. "A BMW decidiu reduzir em 40% os treinos particulares da temporada. E já estamos esperando também pelo cancelamento dos testes coletivos ao longo do campeonato." Farfus, no entanto, enxerga um aspecto positivo na conjuntura vivida pelo sistema financeiro internacional. "O automobilismo de competição é sempre o primeiro sentir os efeitos das crises atravessadas pelas fábricas. Mas, pelo menos, nunca na história se viu todas as montadoras trabalhando na mesma direção como está ocorrendo agora.”
Texto: Márcio Fonseca - MF2 Serviços Jornalísticos
Foto: WTCC
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