quinta-feira, abril 09, 2009

Curitiba é "recreio” dos paulistas na Stock Car


"Santos de casa” só venceram uma vez na era dos motores V8

Mesmo contando com o segundo maior número de pilotos na Stock Car, o Paraná não tem conseguido traduzir em vitórias a familiaridade de seus representantes com o circuito de Curitiba. Pelo contrário: das 18 provas lá realizadas na era dos motores V8, inaugurada em 2001, os paulistas ganharam 15 com Chico Serra (4), Ingo Hoffmann (3), Guto Negrão (2), Ricardo Maurício (2), Pedro Gomes, Giuliano Losacco, Antonio Jorge Neto e Thiago Camilo (1). O carioca Cacá Bueno venceu duas e apenas Rodrigo Sperafico, na segunda etapa de 2007, levou os donos da casa ao alto do pódio.

Neste ano, o Paraná está sendo defendido por William Starostik, Ricardo Zonta, Enrique Bernoldi, Ricardo Sperafico, Alceu Feldmann, Lico Kaesemodel, Thiago Marques e Pedro Muffato. Vice-campeão em 2007 - quando conquistou em Tarumã (RS) a última vitória de um paranaense -, Rodrigo não conseguiu patrocínio e atualmente é reserva na equipe do irmão gêmeo Ricardo e de Ricardo Zonta. São, portanto, 15 corridas de jejum do estado na principal modalidade do automobilismo brasileiro.

Se não tem levado sorte para os nativos, a pista de Curitiba – que, na verdade, fica no vizinho município de Pinhais – já proporcionou inéditos momentos de alegria para os forasteiros. Foi lá que Guto Negrão, aposentado desde o final do ano passado, ganhou suas duas únicas corridas na Stock Car em 2003. O circuito é marcado também pela única vitória até agora de Pedro Gomes, esta na temporada seguinte.

O estreante Xandinho Negrão (Medley) é outro que guarda ótimas recordações de Curitiba. "Foi lá que ganhei minhas últimas corridas no Brasil antes de me transferir para a Fórmula GP2 em 2005. E foi um final de semana inesquecível, já que venci a rodada dupla da Fórmula 3 e a etapa do Brasileiro de Endurance ao lado do meu pai”, lembrou. Campeão sul-americano da Fórmula 3, Xandinho dominou as quatro corridas realizadas na pista em 2004. Curiosamente, um dos pilotos que participou das provas da Fórmula 3 foi William Starostik, seu atual companheiro de equipe.

Xandinho chega à cidade nesta quinta-feira com a 10ª colocação da prova de abertura do calendário em Interlagos. "Há cinco anos que não ando em Curitiba, mas se o carro estiver bom, como acredito que estará, não deverei ter dificuldades para me readaptar ao traçado”, afirmou. Há um ano, a Medley conquistou uma histórica trifeta ao monopolizar o pódio com Ricardo Maurício, Marcos Gomes e Valdeno Brito. Na volta ao autódromo, na fase decisiva do campeonato, Maurício ganhou novamente. Xandinho, no entanto, relativiza o retrospecto favorável da equipe. "Os carros são completamente diferentes e as referências passadas não valem mais. É só notar as dificuldades que encontramos em São Paulo. Cada um de nossos carros apresentou um problema diferente e funcionou de forma diferente.”

Se os santos de casa não fazem milagres, a falta de resultados dos paranaenses numa pista que conhecem como a palma da mão não tem uma explicação razoável, na avaliação de Xandinho. "Há entre eles diversos pilotos de excelente nível, alguns até com passagem pela Fórmula 1, e a maioria corre por equipes de ponta. Só posso achar que tudo não passa de uma infeliz coincidência.”

Texto e foto: MF2 Serviços Jornalísticos Ltda - Márcio Fonseca

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