quinta-feira, agosto 21, 2008

Entrevista: o piloto Leandro Gomez conversa sobre a etapa do Campeonato de Kart da Grande Florianópolis


Leandro Gomez levou o nome da Waf Racing pela pista catarinense

O piloto Leandro Gomez, que momentaneamente trocou as pistas de terra do automobilismo catarinense pelo asfalto do Kartódromo dos Ingleses (SC), disputou no último dia 10 de agosto a I etapa do Campeonato de Kart da Grande Florianópolis, na categoria Pró 400, a novidade na grade de competições da pista do Norte da Ilha.

Ao final das duas baterias programadas, o piloto Leandro Gomez sagrou-se vice-campeão do certame, com dois segundos lugares conquistados nas provas. Leandro Gomez conversou conosco sobre o evento em Ingleses (SC). Confira aí!

Leandro, a troca das pistas do Catarinense de Terra pelo kart é definitiva?

Espero que não! (risos) Ainda tenho a vontade e o prazer de voltar ao automobilismo MARCAS, sendo na terra ou no asfalto. Mas sempre buscando a terra, porque gosto da adrenalina mesclada a técnica, características que andam juntas no automobilismo de terra.

A paixão pelo kart já e antiga. Não diria que é uma troca definitiva, mas com certeza o kart eu não largarei mais, até porque o Gabriel está crescendo e é no kart que desejo que ele inicie, por ser a raiz de tudo.

Tenho muito a aprender no kart, deixar de ser "Faca no Dente", como o Luis fala; aprender que corrida não acaba em duas voltas, por exemplo. As vezes mais vale esperar uma volta para ganhar uma posição, do que arriscar e perder duas.

Mas respondendo a tua pergunta diretamente, não é uma troca não. É sim mais uma categoria a ser disputada.

A categoria Pró 400 começa a se consolidar ali no kartódromo, com a chegada de novos motores 4 tempos. Podemos esperar novas competições?

Sim, estamos fazendo de tudo para levantar o Kartismo Catarinense, não só na categoria Pró 400, mas de um modo geral. Este ano esperamos fazer mais 2 provas - uma no fim de setembro e outra em novembro - para podermos formar um grupo consolidado, a exemplo das categorias FK e FKS.

A perspectiva é alinhar uns 20 karts até o próximo ano, para um campeonato disputado e de custo baixo. Cabe ressaltar o apoio da Calliari Competições para este êxito. O Clóvis Calliari está fazendo um ótimo trabalho no Kartódromo dos Ingleses, para a criação desta nova categoria.

A lesão nas costas e o mau tempo prejudicaram os treinos e preparativos para a competição, mesmo assim você conseguiu um ótimo segundo lugar, sempre muito próximo do primeiro colocado.

Há um mês eu tive uma lesão nas costas, em um treino. Devo escutar mais o Rogério Castilhos, quando diz que isso é esporte para garotos! (Risos) Venho me tratando, mas não tive a melhora esperada até o dia da corrida.

Apesar disso optei por correr sem treinar no sábado, um dia muito chuvoso. É um piso onde gosto de andar, mas tinha que me poupar. Fui para o domingo esperando uma corrida mediana, pois não poderia usar as zebras, nem abusar muito das costas.

Com a mudança do tempo, o sol brilhando, fiz o segundo tempo na classificação. Resultado de bom tamanho para mim.

Na hora da primeira bateria, o tempo virou novamente e chovia muito. A direção de prova achou que não daria tempo para troca de pneus e largou com slick mesmo. Sendo assim, teríamos que usar muitas zebras durante a prova. E quem é piloto sabe: ali dentro você esquece qualquer dor, ela que venha depois (risos).

Parti para cima do Moraes (o pole), conseguindo a ultrapassagem após 3 voltas e abrindo uma vantagem considerável (quase uma reta). Mas o equipamento me traiu, o acelerador travou e eu tinha que segurar no freio o miolo inteiro, deixando assim o Moraes encostar. Na entrada do miolo acabei rodando e deixando ele me passar. Tentei atacar , mas não adiantou, terminei mesmo na segunda colocação.

Na segunda bateria, nova mudança: tempo seco. Largando em segundo, fui para cima. Mas acabei rodando na afobação. Caí para a terceira colocação, recuperei a segunda posição, mas não consegui alcançar o Moraes. Outro segundo lugar.

A alternância entre chuva e sol no decorrer das baterias foi um ingrediente a mais de emoção, um dificultador para o acerto do kart e sua condução na pista.

Olha, eu estava fazendo a dança da chuva para as duas baterias (risos), mas não aconteceu. Gosto destas adversidades, a pilotagem fica mais técnica.

Planos para a seqüência?

Continuidade no kart, treinando bastante. E buscando algo para andar na categoria Marcas. Ainda é meu objetivo ser Campeão Catarinense de Automobilismo, na Marcas N.

Para a prova 12 Horas do Velopark, em dezembro, a Waf Racing já pode contar com a tua presença na equipe?

Com certeza! Mas só se o Rogério andar também!
Nesta corrida em Ingleses, apesar dos contratempos e da porrada do Luis, o Rogério gostou da brincadeira e está dando início aos treinos de kart, o que me alegra muito, pois faço força para ele andar de Kart e ele sempre se esquiva.
Então, se é para correr no Velopark, que seja numa equipe reunindo os amigos.




Ali em Ingleses, o pequeno Gabriel te acompanhou ao pódio da Pró 400. Está habituando o teu filho com o clima das competições?

A expectativa é que ele esteja nas pistas a partir dos 5 ou 6 anos. Isso não depende só de mim, claro, mas dele próprio, pois acima de tudo apoiamos o nosso filho onde ele desejar estar. Se for nas pistas, desejo do pai realizado. Se não for, apoiarei ele onde estiver, de preferência no Esporte. Amo minha família, que me apoia tanto em tudo que faço. A minha esposa Viviane está sempre comigo, apoiando nas horas difíceis e alegres. Eu e a Viviane esperamos que o Gabriel seja feliz, nas pistas ou onde ele desejar!

Obrigado, Leandro, pela conversa. Sucesso com os teus projetos!

Obrigado. Forte abraço a todos!


Fonte das imagens: Priscila Scaniello / CronoSpeed

Um comentário:

Anônimo disse...

aquela frase do "faca no dente" , vou ter que apresentar pra um amigo meu....